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Reitor da UFSM diz que 'universidades não podem ser reféns de governos'


Foto: Renan Mattos (Diário)
Reitor projeta que a universidade tenha um segundo semestre complicado e com restrição financeira

Ainda que o Ministério da Educação (MEC) tenha recuado em cortar verbas de universidades federais que protagonizem casos de "balbúrdia", o critério (questionado e criticado por educadores), que foi ventilado pelo governo, é visto como mais uma falta de entendimento do mundo acadêmico. A avaliação é do reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann. Reitores de universidades federais de todo o país foram surpreendidos, quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a promoção de "balbúrdia" nas universidades e de festas inadequadas ao ambiente universitário seria um dos critérios usados para ceifar ou congelar verbas de instituições. Porém, nesta quarta-feira, o MEC afirmou que o contingenciamento será estendido de forma linear a todas universidades e terá validade (e aplicação) já para o segundo semestre.

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- O debate é próprio das universidades. A UFSM, assim como outras federais, promove e é palco de discussões democráticas. Mas jamais compactuamos com excessos ou situações que beirem à desordem. Mas o que seria balbúrdia? Infelizmente tem se visto, ultimamente, uma falta de entendimento de quem está no governo, talvez muito por não conhecerem ou terem frequentado uma universidade. As universidades não podem ser reféns de governos e precisam manter sua autonomia. Há nitidamente um processo de deslegitimação das universidades por todo o país. É algo que preocupa _ enfatiza Burmann. 

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O fato de o MEC ter voltado na decisão se deu porque a pasta avaliou que a medida poderia ser questionada na Justiça. Ainda assim, a tesoura do ministério atingirá as universidades em cheio já no próximo semestre. Nos planos do MEC consta um contingenciamento de 30% em todas as universidades _ a exemplo do que já ocorreu com a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

- A produção científica e os avanços se dão dentro das universidades. Os cortes serão sentidos e terão desdobramentos que não se restringirão às instituições de Ensino Superior _ conclui Burmann.  

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